Experiência Prática

Domingo, dia 06/04/2014, desembarquei de uma experiência inovadora. Fiquei cinco dias a bordo de um navio turístico, em razão de uma curta viagem entre Santos, Ilhabela e Búzio.
Bom, além de descansar a mente e o corpo, meu objetivo central foi experimentar e analisar a vida a bordo.
Nem de perto conheci a verdadeira rotina dos trabalhadores brasileiros, nos meandros do navio. Contudo, pude perceber com facilidades as suas jornadas extensas e extremamente desgastantes. De manhã, ao tomar café, encontrava os mesmos tripulantes que atenciosamente trabalharam no almoço e no jantar do dia anterior. Diga-se, café que iniciava as 07h e jantares que eram servidos até às 24h. E assim são todos os dias, durante seis a nove meses.
Com jornadas de 12 a 16 horas, os nossos trabalhadores laboram, em sua maioria, nas funções de assistentes de garçons e “bartenders”. No caso dos bares o trabalhador pode chegar a laborar até as 04 ou 05h da manhã, com início novamente do labor absurdamente as 09h ou até 10h.
O mais impressionante é que nem mesmo os seis meses de labor seguido em jornadas diárias de 12 a 16 horas tiraram a simpatia dos nossos brasileiros. Obviamente que narraram suas angustia, tristezas e insatisfações pessoais e profissionais. Narraram os seus desgastes mentais e físicos. Os seus ombros e costas doloridos pelas enormes bandejas (que carregam nove a doze pratos pesados). Mas ainda assim, mantiveram o entendimento de qualidade. Talvez por isso que muitos turistas, distraídos pelo gozo das férias, não notem que temos brasileiros largados à margem de navios estrangeiros, explorados em nosso próprio território.
Enfim, se antes eu poderia falar sobre vida profissional dos tripulantes aos olhos deles, agora, ainda que por meio de um passeio turístico, posso acrescentar ainda mais nos meus textos.
Abraços!
Acesse:
www.direitodostripulantes.com.br
adriano@ialongo.com.br

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